O EPISÓDIO DA MISS UNIVERSO
"Errar é proibido". É isso que a nossa sociedade transmite através da repercussão de uma das falhas mais bizarras que já vimos nos últimos anos. Em um dos eventos mais populares do planeta, um ser humano errou e errar é abominável ou assim demonstram.
Steve Harvey provavelmente teve uma das atitudes mais virtuosas e exemplares que um ser humano poderia ter diante de milhares de olhos e bocas abertas que o apontavam como o messias prestes a ser trocado pelo Barrabás contemporâneo: o politicamente correto.
- Quantos voltariam atrás e reconheceriam o erro?
- Quantos assumiriam a falta?
- Quantos culpariam os técnicos, o cartão (que por sua vez estava escrito com uma letra absurdamente pequena)?
- Quantos não repartiriam o título entre as duas misses em favor do politicamente correto?
Um pedido de perdão que suscitou o ódio e a raiva não causa o mesmo efeito diante do abuso, do racismo, da proliferação da pornografia e do sexo sem limites e da corrupção repugnante sem que um presidente, editor, ator ou figura pública expressando publicamente o seu repúdio de tal ato.
Pedir perdão por errar a vencedora de um concurso de estética é abominável, mas causar a morte de milhares de pessoas por roubar verbas, abusar ou contaminar a mente de milhares de crianças e jovens é "a vida, fazer o que?".
Se não reconhecermos urgentemente que uma das maiores virtudes do ser humano é a capacidade de raciocínio ao ponto de reconhecer o erro, voltar atrás e pedir perdão e perdoar já somos os "mais miseráveis de todos os homens". Se o perdão é dado antes de ser aceito, porque a indignação e não a restauração é a resposta mais imediata?
Que os "Steve Harveys" do mundo se levantem para serem caluniados e difamados em nome do amor e do perdão.
