quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Qual é a formula certa?

Nesse mundo "evangélico" a qual vivemos todos nós estamos buscando a forma correta, mais convincente, mais parecida, menos escandalosa, mais cristocêntrica de sermos a "igreja".  As fórmulas e os métodos aparecem de todos os lados.  Os batistas tentando ser os que levam a palavra de Deus "a sério", os néo-pentecostais tentando usar o poder de Deus como demonstração de fé e favor, os carismáticos tentando dizer que não são "tradicionais" mas também temos um jeito mais moderno de ser igreja e as comunidades, isso me incluo, tentando ser o mais perto da igreja primitiva, correndo do institucionalismo mas não conseguindo.  Tudo isso em vão, nada mais que sincera tentativa de ser algo que nunca conseguiremos ser.

Não conseguiremos ser essa igreja porque ela já existe e vive dentro de nossas instituições.  E as instituições que criamos para tentar visualmente demonstrar a igreja de Cristo precisam servir o corpo e não vice-versa.  A instituição precisa ser um serviço constante a igreja (organismo) para construir pontes e vias onde as pessoas podem descobrir o Cristo morto, ressurreto e vivo em nós.  Servindo, tendo misericórdia e compaixão e principalmente simplificando todo o processo conseguiremos abrir o caminho para a revelação do evangelho da graça.  Acho que, o que muitos de nós "evangélicos" precisamos fazer de verdade é sair da frente.

Por isso começamos a ver movimentos contra a igreja, pessoas achando que podem viver fora de suas perspectivas comunidades e servir a Cristo.  Porque esse embate contra a igreja? Porque elas começaram a servir a si mesmas e esqueceram que são um serviço ao corpo de Cristo, igreja organismo.  Precisamos sim voltar a essência e raiz e conhecer de onde viemos, mas não podemos transformar isso na próxima liturgia ou ortodoxia cristã.  Não podemos transformar isso no próximo avivamento ou na chamada "última colheita".  Não! Isso precisa vir com serviço, humildade, disponibilidade e simplesmente amor ao próximo. colocando as pessoas acima das nossas metodologias e manias de ser a "igreja".

O grande erro que cometemos é quando pensamos que podemos nos reunir e congregar sem religiosidade e sem institucionalismo, não tem como.  O que precisamos fazer é esquecer essas coisas e servir, compartilhar e ter empatia.  Quando a instituição se empenha em ser um serviço a comunidade, aos irmãos, aos vizinhos e a sua cidade ela começa ser vista como algo mais do que um lugar, uma localidade ela começa a se personificar, isso é tomar a forma do próprio Cristo.

Esse é o alvo principal, não ficarmos apegados aos métodos, maneiras, estilos, doutrinas e todas essas coisas a qual criamos e começarmos a traduzir os valores do Reino em todas as esferas da vida comunitária.  Os métodos são muito bons porque nos mantêm organizados e focados no propósito real, mas não podem ser a essência de quem somos. A igreja de Cristo continua viva, imaculada, perfeita e pura.  Transmitir isso de uma forma simples não é tão difícil.  Servir, amar, compartilhar e fazer o bem são ações que não necessitam de muita reflexão, mas de atitude.

Não abandone a comunidade que você congrega, mas se empenha para refletir esses valores e ser um sinal do Reino de Deus no lugar que Ele preparou para você.  Isso é adoração. Desistir é fácil, sinalizar requer uma convicção de que Cristo em você faz uma tamanha diferença.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Graça - por Bono Vox (U2)


Eu nunca tive problemas com Cristo, mas os cristãos sempre me deram dor de cabeça. E eu costumava evita-los se pudesse. Eu sempre os achei completamente desinteressados culturalmente, politicamente. Achava muito difícil ficar à vontade com eles. Eles pareciam tão estranhos para mim, e estou certo de que eu era estranho para eles.
E apesar de tudo isso eu encontrei algumas pessoas na escola que conheciam as Escrituras. Foi um momento bom, quando algumas pessoas se interessaram muito pela igreja primitiva e a possibilidade de imitá-la.
Mas os cristãos podem ser muito críticos, e, particularmente quanto à aparência das pessoas ou o modo como tocam a vida. Eles têm a tendência de julgar as pessoas por seus problemas superficiais. Imoralidade sexual, essas coisas, são a preocupação histórica da igreja, enquanto que a avareza política ou coisas assim nunca são mencionadas.
Estou bem certo de que o universo opera pelas leis do “karma” e que todas as leis físicas mostram que aquilo que você semeia é aquilo que você colhe. E aí a história da Graça entra em cena, que é de fato a história de Cristo e que vira essa visão do universo de cabeça para baixo.
Ela é completamente contra-intuitiva. Quero dizer, é muito difícil para os seres humanos entenderem a Graça. Podemos entender a propiciação, vingança, justiça… Tudo isso pode ser compreendido, mas não entendemos a Graça muito bem.
Estou muito mais interessado na Graça porque dependo dela, preciso dela desesperadamente. Se eu viver por meio do “karma”, estou com grandes problemas.
Jesus foi como Charles Manson, um maluco total, ou, em minha opinião, foi quem ele disse que era [filho de Deus]. E estamos diante de uma escolha muito difícil.
Porque esse homem foi para cruz dizendo que era aquele que havia sido anunciado e que era Deus encarnado e que Deus amou o mundo tanto que ele tentou se explicar ao mundo tornando-se um de nós?
Bono Vox
Em entrevista para Bill Hybels.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Simplesmente perfeito...

‎"Ah! se Deus permitisse que a minha interpretação e a de todos os outros mestres desaparecessem, e que cada cristão pudesse chegar diretamente a Escritura apenas, e a pura palavra de Deus! Percebe-se já por essa tagarelice minha a incomensurável diferença entre a palavra de Deus e todas as palavras humanas, e como homem algum pode, com todas as suas palavras humanas alcançar e explicar uma única palavra de Deus.Trata-se de uma palavra eterna e dever ser compreendida e meditada com uma mente silenciosa. Ninguém é capaz de compreendê-la a não ser a mente que a contempla em silêncio. Para qualquer um capaz de fazê-lo sem comentário ou interpretação, meus comentários e os de todos os outros não seriam apenas inúteis, mas um estorvo. Vão para a própria Bíblia, caros cristãos, e não permitam que as minhas posições e as de outros estudiosos sejam mais do que uma ferramenta que capacite a edificar de forma eficaz, de modo que sejamos capazes de compreender, experimentar e habitar a simples e pura palavra de Deus; pois apenas Deus habita em Sião"

Martinho Lutero no livro "Luther, an introduction to his thought" de Gerhard Ebeling

Colocando a Casa em Ordem