domingo, 27 de outubro de 2013

Crer vs. Acreditar

Assistindo uma partida de futebol é fácil notar quanto a crença exerce uma participação notável na vida dos jogadores. Um sinal da cruz ao entrar em campo, um toque "supersticioso" na grama, um levantar das mãos para o céu, um toque na testa em sinal de reverência; cada uma dessas expressões sugerem uma conexão forte entre o esporte e a religião ou a crença. Mas uma pergunta vem a mente ao notar tal importância na vida desses atletas: 

Quanta influencia ou convicção essas crenças exercem na vida pessoal dessas pessoas, ou melhor dizendo, quanta influencia e valor o simbólico tem sobre a realidade?

- Há varias citações na Bíblia sobre a diferença entre crer e acreditar. Serei ousado ao tentar definir o que essas palavras significam para mim diante da experiência vivida na religião como pastor e na fé como discípulo de Jesus Cristo. (Não acredito nessa dicotomia, mas por questão de exemplo)

- Crer é aplicar a própria vida de uma forma integral, relevante e constante as convicções cridas mediante a fé ao ponto de não haver uma distinção entre uma e outra.

- Acreditar é adaptar ou fazer uso de conceitos e percepções cridas por outros ou vividas a partir da experiência de outro para a própria realidade, integrando-as ou ignorando-as de acordo com o valor ou resultado das mesmas.

Vou analisar somente uma passagem para testar essa tese:

"A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação." Romanos 10:9-10

A palavra "creres" aqui no grego original é "pisteuō" que significa: confiança de que um homem é impelido por uma certa prerrogativa interior e superior e lei da alma.

Ou seja, não significa somente uma sistema de valores, doutrinas ou dogmas que um adere para trazer certos resultados ou paz de espírito e alma; e sim uma convicção interna persuadida por uma força maior (Espírito Santo - 3 pessoa da Trindade) levando o homem a uma mudança que produz frutos externos. 

É o que a teologia vai chamar de regeneração, uma transformação interna que não somente visa produzir valores religiosos e verdadeiros mas um mudança integra e completa em cada indivíduo.

Não estou tentando diminuir o valor de alguém que simplesmente acredita, mas desejo trazer a mente e colocar por avaliação o "acreditar" como um meio e não um fim. Há um certo significado nos atos simbólicos que demonstram uma crença, mas se estes atos não influenciam a vida e não se traduzem em frutos evidentes de mudança e compreensão ontológica e metafísica, eles perdem seu valor.

Acreditar é bom, mas não é ideal. Crer é o melhor caminho, mas se este estiver desconectado ou desviado de uma transformação nítida e consistente de vida que traduzem os valores da crença, as definições se misturam e o resultado é superficialidade e falta de profundidade. A vida do crente se torna insignificante e irrelevante; a frustração encontra uma pista de pouso no coração carente por algo mais consistente.

Creia e permita que o que você crê se torne um com você.

Colocando a Casa em Ordem